A produção agrícola corresponde a 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo dados de 2017 da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No Rio Grande do Sul, essa proporção é ainda maior, considerando que o estado é um dos principais produtores de carne, leite e arroz do país.

É a comercialização dos produtos do agronegócio que define a renda de muitas famílias e facilita o consumo. Além disso, esse recurso financia as atividades do governo e a manutenção dos serviços oferecidos para a população.

Aproveitar as especialidades do RS, desenvolver e vender produtos com maior valor agregado, ou premium, entre outras ações-chave são meios concretos de aumento da riqueza social e econômica, do aumento do PIB e, portanto, da redução das desigualdades.

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Entretanto, não basta se denominar “premium”. Produtos premium são aqueles que pretendem gerar percepções de maior qualidade e preço por meio de atributos adicionais e distribuição seletiva. Desenvolver produtos premium é, portanto, aplicar a lógica da inovação desde o início da cadeia, a partir dos insumos, garantindo padrões de qualidade superiores e atributos adicionais.

Produto premium: um produto com atributos técnicos de qualidade percebida pelo cliente como superior, que está disposto a pagar um preço prêmio gerando alta agregação valor, variando de nicho para nicho.

O NITEC investiga as atividades relacionadas com esse setor, que vão desde o produtor até a indústria, por meio do projeto Caminhos da Inovação no Agronegócio Gaúcho. O objetivo do projeto é verificar alternativas de agregação de valor e identificar caminhos para transformar o setor em uma atividade que busca e realiza valor socioeconômico por meio, centralmente, da inovação.

Exemplo de produto premium no agronegócio

Algumas das atividades previstas nos projetos de pesquisa são visitas e entrevistas com produtores, assim podemos conhecer a realidade e compará-la com os estudos teóricos mais avançados da ciência.
Por isso, no último dia 16 de fevereiro, a equipe do NITEC visitou a destilaria Casa Bucco, localizada no município de Bento Gonçalves. A empresa, que possui gestão familiar, é especializada na produção de destilados finos de alta qualidade desde 1925 e possui uma seleção de rótulos premiados.

Na Casa Bucco, a cana de açúcar é cultivada de forma orgânica no vale do Rio das Antas e colhida manualmente. O processo de fermentação utiliza leveduras selecionadas para obter a melhor expressão nos conjuntos aromáticos e qualidade dos componentes alcoólicos. Além disso, a destilação é realizada em alambique de cobre descontínuo tipo “Charantês“. Nesta etapa é feita a criteriosa separação das três fases da destilação. O resultado desse processo segue para a armazenagem em tonéis de aço inoxidável, formanda tradicional cachaça branca, ou para ser envelhecida em barris de carvalho e de madeiras brasileiras, onde deverá desenvolver o bouchet, harmonizando seu aroma e paladar.

A Casa Bucco é, portanto, um caso de sucesso do agronegócio gaúcho. A empresa oferece produtos premium, desenvolvidos com base no conhecimento passado por gerações, atrelado ao conhecimento conjunto de um enólogo e engenheiro, que buscam constantemente a excelência no produto.