Faz parte da missão do NITEC participar dos principais eventos do mundo nas áreas de inovação e tecnologia. Recentemente, alguns dos pesquisadores do grupo aprovaram seus papers na R&D Management Conference, que acontece entre os dias 17 e 21 de Junho na École Polytechnique, em Paris, na França. Assim, a partir de hoje, em uma série de 4 posts, divulgaremos esses trabalhos e seus principais resultados. Acompanhe!
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Um dos artigos aprovado para apresentação na conferência foi o “Innovation capabilities in agribusiness: evidences from an emerging country” produzido pelos doutorandos Guilherme Camboim, Ricardo Machado, Ariane Ávila, a professora Fernanda Reichert e o coordenador do grupo, professor Paulo Zawislak.
Avanços tecnológicos no agronegócio
Este artigo explica que o agronegócio está passando por uma revolução tecnológica que traz ganhos sem precedentes de produtividade e variedade. Contudo, nos países emergentes, o foco continua sendo a produção de commodities. Nesse contexto, a cadeia de valor do agronegócio é baseada principalmente em relações transacionais, minando o papel das empresas como agentes de inovação. Nesse sentido, é necessário discutir em como avançar para um agronegócio com maiores níveis de inovação e geração de riqueza.
Diante disso, utilizando o Modelo das Capacidades de Inovação, analisou-se uma amostra de 300 empresas agroindustriais a fim de explorar como elas poderiam inovar. Os resultados, em geral, apontam que essas empresas focam em capacidade de operação, porém essa capacidade não possui impacto significativo no desempenho inovador. Em contrapartida, as empresas com melhor desempenho são aquelas que concentram seus esforços nas capacidades de transação, gestão e desenvolvimento, respectivamente.
Inovação em países emergentes
Em suma, a estratégia mais adotada em países emergentes, como o Brasil, é o foco no volume e no preço, o que não parece ser o mais adequado para gerar riqueza sustentável. Para alcançar um desempenho inovador em um mercado orientado a commodities, conclui-se que as empresas devem investir em suas capacidades de transação e gestão, a fim de melhorar relacionamento com mercado e aprimorar sua organização. Posteriormente, a empresa pode aumentar sua capacidade de desenvolvimento para gerar produtos de valor agregado por meio de investimentos em P&D, contratação de pessoal altamente qualificado e fortalecimento de parcerias com instituições de ciência e tecnologia.