O pressuposto central do presente projeto é que, para justificar a mudança de condição competitiva das empresas brasileiras, elas estão adotando um modelo de coordenação diferente daquele das empresas internacionais. Modelo este que não discute se as competências tecnológicas e competitivas devem ser desenvolvidas e sustentadas de forma autônoma (internamente verticalizadas), mas sim qual seria o melhor mix entre competências internas e externas. Em outras palavras, qual seria o mix de coordenação interna-externa necessário para fazer com que, dentro das fronteiras nacionais, as firmas estabeleçam arranjos híbridos de governança, sem necessariamente ter direitos de propriedade sob a cadeia de valor, enquanto, externamente, se apresentem como detentoras de autonomia tecnológica e capacidade competitiva?
O objetivo deste projeto, ao buscar resposta para esta questão, é caracterizar o perfil de coordenação necessário para que as empresas brasileiras do setor de papel e celulose possam manter e ampliar suas posições na dinâmica do mercado, com base num quadro de desenvolvimento sustentável. O que se quer é estabelecer os contornos do tipo de coordenação que parece estar por trás do sucesso competitivo das empresas de papel e celulose (assim como de outras empresas brasileiras de sucesso internacional).