A inovação vem ganhando participação crescente nos estudos sobre desenvolvimento econômico e industrial. Hoje, cada vez mais, discute-se o papel desempenhado pela inovação no processo de capacitação industrial das firmas, sendo a mesma considerada como um fator-chave para alcance e sustentação de uma posição competitiva no mercado, tanto nacional quanto internacionalmente. Entretanto, apesar de há muito reconhecida, é a partir de 1990 que a importância da atividade de inovação enquanto fator sustentador de competitividade vem a efetivamente fazer parte do discurso empresarial.

Hoje, sabe-se que o comprometimento empresarial deliberado com a atividade de inovação é relativamente mais baixo em economias emergentes, como o Brasil. Contudo, tal fato não representa a ausência de capacidades tecnológicas inovadoras em firmas que operem em países dessa natureza. O problema é que as métricas convencionalmente utilizadas para examinar o nível de desenvolvimento de capacidades de inovação no país são estatísticas e indicadores macroeconômicos, número de patentes e volume de investimentos formais em pesquisa e desenvolvimento. Tais indicadores são incapazes de captar como ocorre o processo de inovação no âmbito intra-organizacional, uma vez que eles captam apenas o topo da atividade de inovação.

Existe, assim, uma escassez de métricas e indicadores para a mensuração das capacidades de inovação que sejam voltados para a realidade de firmas que operam em economias emergentes, neste caso específico, na economia brasileira. Ou seja, faz-se necessária a criação de indicadores que sejam capazes de mensurar capacidades tecnológicas de inovação a partir do processo, nem sempre deliberado e estruturado, que ocorre no âmbito intra-organizacional. Diante disso, esse projeto de pesquisa tem como objetivo desenvolver indicadores não-convencionais para mensurar as capacidades tecnológicas inovadoras de firmas da indústria brasileira.