Integração entre pesquisa científica e setor privado promete alavancar a pesca de atum no Brasil

Na última semana, os pesquisadores do NITEC Ariane Ávila e Guilherme Camboim, juntamente com o Coordenador do grupo, professor Paulo Zawislak, estiveram no 3º Workshop do projeto Mapeamento da Cadeia do Atum Bonito. O evento ocorreu na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ).

A reunião contou com a participação de representantes de todas as instituições envolvidas no projeto (UFRGS, FURG, UFRJ, UNICAMP, UFF e FIPERJ), onde foram  debatidos os conhecimentos específicos de cada instituição para permitir a integração das temáticas e os impactos que esses trabalhos geram para a atividade marinho-pesqueira do atum bonito. O atum bonito é uma das espécies mais capturadas e consumidas no Brasil e no mundo.

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A atividade produtiva do Atum no Brasil ainda apresenta desafios em toda sua cadeia, desde a captura da espécie e preservação dos estoques, até a sua comercialização. É preciso encontrar soluções conjuntas entre os atores envolvidos na atividade para resolver esses gargalos e projetar o futuro da atividade pesqueira dessa espécie. É isso o que explica o pesquisador Guilherme Camboim: “não está claro ainda qual o futuro da pesca do Atum Bonito. Existem duas propostas gerais para o desenvolvimento da cadeia. Uma seria focar no aumento da produtividade e a outra teria o enfoque na agregação de valor. Para isso, será preciso realizar outras discussões com todos os atores da cadeia para que possamos delimitar quais ações precisam ser feitas de modo a orientar atuação desses atores e para a formulação de políticas públicas específicas”.

A pesquisadora Ariane Ávila complementa: “tem muita coisa para ser feita no setor e há um descompasso grande entre o que a academia tem desenvolvido e o que é aplicado pelas empresas do setor. As empresas querem atender a demanda do mercado, a academia quer entender como preservar biológica e economicamente o ambiente marinho-pesqueiro, já o governo precisa estimular ambos a partir de políticas públicas”. 

A participação no evento em Niterói deixou evidente a necessidade de desenvolvimento da estrutura industrial da atividade econômica de pesca e produção do Atum Bonito e a consequente integração entre academia, empresas e governo. “A proposta de um novo workshop é para justamente para aproximar esses atores”, finaliza Ariane.