Até o ano de 2050, China e Índia irão superar os Estados Unidos e serão líderes em inovação globalmente. Nesses países, a “Nova Economia” é a grande responsável pela mudança no centro da gravidade da atividade econômica e está provocando mudanças significativas nas formas de consumir e de gerir os negócios. Mas afinal, o que é a Nova Economia?
Anelise Schinaider é pesquisadora e Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da UFRGS e está se especializando no assunto da Nova Economia. Segundo ela, “esse conceito surge ao se perceber o cada vez mais acelerado desenvolvimento tecnológico dos últimos anos que vem gerando um volume muito grande de inovações. Facilitada pelo uso intensivo da internet, a Nova Economia se incorpora com rapidez na sociedade”.
Economia compartilhada, economia colaborativa, economia criativa e economia multimoedas são todas novas formas de troca entre as pessoas que estão se propagando dentro de uma perspectiva não apenas econômica, mas também social e ambiental. Guilherme Camboim, pesquisador do NITEC e Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Administração, também da UFRGS, acrescenta que “de fato, é uma economia voltada muito mais para a interação entre as pessoas, em que há uma demanda mais complexa e exigente. Conhecimento aplicado para resolver problemas torna-se uma ferramenta fundamental”.
Outras características dessa nova dinâmica é a mudança de mentalidade dos consumidores que passam a questionar os processos de produção das indústrias. Por estarem mais conscientes do que irão consumir pela facilidade de acesso às informações, esses consumidores optam, cada vez mais, por empresas que se preocupam com questões sociais, ecológicas e culturais que influenciam na vida diária das pessoas. Anelise explica: “há uma quebra de paradigmas para aceitar as mudanças que estão acontecendo, mas essa é uma questão que as empresas precisam começar a se questionar. O que é preciso para entrar nas novas economias e atender a esse consumidor com outras necessidades exige a implantação de inovações na forma de entregar os produtos e serviços”.
E onde o Brasil se localiza nessa nova dinâmica? Devido ainda ao baixo nível de conhecimento médio da população, o país não está totalmente inserido nesse novo contexto da economia mundial. O Brasil está apenas começando a compreender essas mudanças e, por conta disso, está perdendo competitividade. É preciso, portanto, alterar o panorama de investimentos e até mesmo da cultura do brasileiro para compreender a importância da inovação no processo de geração de riqueza atrelado a essa nova dinâmica econômica. “Precisamos entrar na revolução digital, tanto pelo lado técnico, mas também por questões de infraestrutura. Os consumidores estão demandando coisas diferentes e quem consegue atender são outros países. Estamos ficando para trás” completa o pesquisador.