A tendência atual de qualquer atividade é digitalizar-se e isso não é diferente para o setor agrícola. Por esse motivo, o prof. Antônio Padula e pesquisadores do NITEC estão desenvolvendo a pesquisa “A Digitalização da Agricultura”. O objetivo é analisar a adoção de tecnologias digitais para a realização das atividades de gestão dos produtores rurais orgânicos.
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e conta com a participação de colegas da Escola de Administração, do Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios (CEPAN), ambos da UFRGS, além do IMED de Passo Fundo, da EMBRAPA de Pelotas e da Secretaria de Agricultura do Estado. O objeto de estudo é a Feira Agroecológica do Menino Deus, embora os pesquisadores ainda desejem ampliar o objeto migrando para outras feiras orgânicas de Porto Alegre.
De acordo com os pesquisadores, a área financeira foi a principal demanda dos produtores. Segundo Aline Jansen, aluna de doutorado em Administração e pesquisadora do NITEC, “o que queremos agora é ir além do projeto, fazendo uma educação no sentido de gestão para os produtores, mostrar para eles o quanto isso é importante e dá retorno. Então estamos começando aos poucos com alguns produtores que estejam mais avançados, que já tenham alguma noção de gestão para depois começar a aplicar e a fazer testes e mostrar para os outros produtores os resultados”. A pesquisadora também acrescenta que os agricultores estão demonstrando bastante ânimo, ainda que existam algumas barreiras: “ao mesmo tempo em que se sentem motivados, muitos acham que não darão conta, porém é algo que eles querem começar a fazer. No primeiro momento vai ser mais trabalhoso, mas quando estiver dentro da rotina deles, acredito que será mais tranquilo”.
O projeto ainda se encontra na fase de “pré-teste”, onde serão analisadas, primeiramente, 4 agroindústrias para descobrir quais as lacunas os aplicativos ainda deixam em aberto. Posteriormente, serão apresentados os feedbacks dos primeiros resultados para depois serem analisados produtores rurais orgânicos e agroecológicos, já na fase de teste. Para Eduardo Fabres, aluno da graduação em Economia e participante do projeto: “ grandes proprietários rurais já falam a linguagem da inovação e dos softwares que auxiliam a produção, gestão e comercialização dessas propriedades. Por outro lado, os pequenos produtores não estão tão inseridos nessas tecnologias e, por conta disso, queremos ver como é o processo de adaptação com essa nova linguagem do século XXI”.