Série Paris (3): A influência de espaços de inovação colaborativa em pequenas empresas

Faz parte da missão do NITEC participar dos principais eventos do mundo nas áreas de inovação e tecnologia. Recentemente, alguns dos pesquisadores do grupo aprovaram seus papers na R&D Management Conference, que acontece entre os dias 17 e 21 de Junho na École Polytechnique, em Paris, na França.

O terceiro post da série é “The influence of localized spaces of collaborative innovation in Brazilian small businesses”. O artigo foi elaborado por Guilherme Camboim, doutorando e pesquisador do NITEC, Rafael Crispim, aluno do programa de mestrado e também pesquisador do grupo, e pelo professor Paulo Zawislak, coordenador do NITEC.

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A importância de um processo de inovação mais aberto

A crescente complexidade e o ritmo das mudanças tecnológicas têm forçado as empresas a aumentar sua base de conhecimento para atender às necessidades dos consumidores. Devido a esses altos níveis de complexidade e o consequente aumento dos custos de organização, as empresas não são capazes de produzir os conhecimentos necessários exclusivamente dentro da organização. Nesse sentido, pode-se dizer que tornar o processo de inovação mais aberto é mandatório se a empresa deseja manter-se competitiva no mercado, inclusive tratando-se de pequenas empresas.

A existência de intermediários no processo de inovação deve superar as questões de inovação aberta em pequenas empresas, reduzindo os custos e facilitando o acesso a diferentes fontes de conhecimento. Esses agentes intermediários são espaços colaborativos, como os coworkings, makerspaces, fab labs e living labs.

Espaços Colaborativos

Os espaços colaborativos assumem diferentes papéis de intermediação e executam diferentes modelos de negócios, o que influencia diferentes etapas do processo de inovação de pequenas empresas. Considerando os modelos de negócios, apenas o coworking tem um foco mais econômico. Tanto fab labs como makerspace operam no ponto de equilíbrio. Sobre as funções de intermediação, enquanto espaços de coworking e makerspaces atuam como incubadoras abertas fornecendo recursos compartilhados, ferramentas e networking, os fab labs agem como mediadores ao interagirem com empresas, estimulando a colaboração entre os usuários para criar, prototipar e testar novos produtos.

Fab labs e o makerspace estão configurados para suportar pequenas empresas nos estágios iniciais de seus processos de inovação (pesquisa e desenvolvimento), enquanto os espaços de coworking são configurados para suportar os últimos estágios (produção e marketing) do processo de inovação. Na verdade, as evidências fornecidas pelos entrevistados indicam que o coworking se tornou muito mais um escritório de baixo custo do que um espaço para inovação colaborativa. Para os espaços de coworking, é importante estimular a interação entre seus moradores para desenvolver conjuntamente melhores negócios.

Finalmente, ressaltamos a importância dos espaços colaborativos em estimular ativamente a transferência de conhecimento entre os residentes ou usuários frequentes desses espaços. Além disso, sugerimos para esses espaços o estabelecimento de parcerias com instituições de Ciência e Tecnologia para aprimorar a base de conhecimento das empresas residentes. Além de compartilhar instalações e reduzir custos fixos para jovens empresas ou empreendedores, uma maneira de melhorar o resultado da inovação poderia ser reunir diferentes interessados ​​(por exemplo, grandes empresas, academia, governo) com os quais os usuários poderiam se beneficiar mutuamente do compartilhamento de conhecimento ou da co-produção de serviços. Dessa forma, as empresas teriam acesso a uma rede de alto valor de agentes que colaboram para trazer inovação ao mercado.